Cabelos volumosos e com movimento são o ideal de muitas mulheres, mas nem sempre a quantidade das madeixas permite conseguir o visual dos sonhos. As que sofrem com poucos fios, no entanto, podem estar mais próximas de ter o desejo realizado. Os pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Columbia, em Nova York, e da Universidade de Durham, na Inglaterra, desenvolveram um método que induz o crescimento de cabelo, utilizando as células do próprio paciente.
Segundo o estudo, publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences",a nova técnica pode ajudar muito as mulheres que sofrem com a queda excessiva dos fios e os homens nos estágios iniciais da calvície.
Técnica usa células do próprio paciente para induzir um grande número de folículos pilosos
O método desenvolvido busca induzir a produção de folículos pilosos - estrutura dérmica que atua na produção de pelos - ou rejuvenescer os já existentes a partir de células do fio do próprio cabelo do paciente. Sem sucesso, os cientistas buscaram por mais de 40 anos novas técnicas para induzir o crescimento de cabelo usando noções de clonagem de folículos pilosos com células da papila dérmica. "No entanto, uma vez que as células da papila dérmica são colocadas no tecido convencional, elas se transformam em células básicas da pele, perdendo a capacidade de produzir folículos pilosos. Então nós fomos confrontados com uma encruzilhada: como expandir um número suficiente de células para a regeneração do cabelo e manter as suas propriedades indutoras?", contou Colin Jahoda, da Universidade de Durham.
Para solucionar o problema, foram usadas experiências feitas com roedores, que já conseguiam retirar, clonar e transplantar as papilas de volta na pele dos animais. Os pesquisadores descobriram que as papilas dérmicas dos animais tendem a agregar-se espontaneamente no tecido, coisa que não acontece com a papila humana, e assim formariam o próprio ambiente extracelular, reprogramando o tecido receptor para produzir novos folículos capilares.
Aplicação em humanos será feita apenas após concluída a fase de testes
Desta forma, foram produzidas papilas humanas de tal forma a incentivá-las a se agregar aos tecidos - como as células dos ratos fazem espontaneamente. O teste foi realizado com células papilares de sete pessoas, que foram cultivadas em um laboratório, onde tiveram sua agregação induzida. Após alguns dias, as células foram inseridas nas costas dos camundongos. O resultado foi que em cinco dos sete testes, o enxerto produziu novos cabelos durante pelo menos seis semanas.
Apesar dos resultados já serem positivos, ainda não será possível correr para induzir o crescimento de novos fios para as madeixas. Os pesquisadores alertam para a necessidade de mais testes antes da aplicação da nova técnica em seres humanos, pois ainda precisam determinar as origens nos novos cabelos, como cor, ângulos de crescimento, localização na cabeça e textura.
Matéria publicada em 08 de Abril de 2021, por Webedia.