O relaxamento é uma opção para as mulheres de cabelos crespos e cacheados que procuram mudanças capilares mas não querem alisar. O procedimento - que deu origem a versões como o soft scalp, que promete um alisamento mais suave - é popular há anos e consegue deixar os cachos mais abertos, além de tirar o peso e reduzir o volume dos fios. "A química é praticamente a mesma do alisamento, o que diferencia o relaxamento de outras técnicas é a aplicação", explicou o cabeleireiro Marco Ribeiro.
Como funciona o relaxamento?
A técnica é uma opção para quem deseja menos volume; está deixando o cabelo voltar ao cachos e precisa disfarçar a diferença entre raiz e pontas; ou para quem deseja fios com cacheado mais aberto. Por isso, o relaxamento deve ser feito apenas na raiz, para evitar que as químicas se sobreponham e afetem as madeixas. Durante a aplicação, o procedimento é o mesmo de outros, como o alisamento, com a diferença de que o produto fica nos cabelos apenas metade do tempo aconselhado para escovas progressivas ou definitivas - suficiente apenas para remodelar sem alisar.
Qual é o melhor tipo de relaxamento: guanidina ou tioglicolato?
As duas opções mais populares são o hidróxido de guanidina e o tioglicolato de amônia. As duas versões de tratamento têm a finalidade de diminuir volume, mas podem ter resultados diferentes dependendo do cabelo. A guanidina é um hidróxido e quebra as ligações dissulfeto de forma irreversível. Dependendo da mistura que envolve o carbonato e o hidróxido de cálcio, a intensidade do relaxamento pode ir de suave, normal a fraca. Depois do tempo de espera adequado, essa aplicação necessitará de um agente capaz de parar a ação da substância.
O tioglicolato não tem a mesma eficiência do hidróxido. Ele é formado por enxofre e hidrogênio - e por isso costuma ter um cheiro forte - e só realinha os fios. Isso acontece porque ao invés de quebrar as cadeias, sua fórmula apenas reverte a fibra capilar para remodelá-la. De acordo com o cabeleireiro Marco Ribeiro, esse tipo de tratamento tem o pH mais baixo e por isso não corre o risco de machucar o couro cabeludo, como pode acontecer com o uso da guanidina. O fato de ser mais suave interfere na duração do efeito: enquanto o relaxamento à base de guanidina é permanente, sendo necessário apenas o retoque da raiz, para o trioglicolato, o procedimento dura de dois a quatro meses, dependendo da frequência das lavagens.
Como escolher o tipo de relaxamento ideal para o seu cabelo
Para ajudar na escolha, o cabeleiro ensina que as substâncias dependem das características das madeixas: "quem tem cabelos muito crespos precisa de um tratamento mais forte, como a guanidina porque os fios são mais secos, têm mais volume. As que desejam cacheados mais abertos ou que só querem um relaxamento leve, apenas para aumentar a penteabilidade sem tirar o volume, devem investir no tioglicolato", explicou o profissional.
É possível fazer outras químicas com cabelos já relaxados?
Além do efeito, as duas técnicas tem pós-relaxamentos diferentes. Enquanto a guanidina não é compatível com nenhum outro tratamento, o tioglicolato permite colorações, quando respeitado o intervalo de pelo menos duas semanas entre os tratamentos, o que evita a fragilização as madeixas:"as interações químicas da guanidina não permitem outros procedimentos. Existem opções para quem usou esse hidróxido, mas isso significaria sacrificar a saúde da fibra capilar", explicou o o químico com especialização em dermofarmácia Marcelo Correa.
Para o profissional, a melhor opção quando se deseja aliar outras químicas é a versão suave da técnica: "o tioglicolato pode ser alterado, deixando sua fórmula menos concentrada, o que permite colorações antes ou depois do procedimento", contou o químico explicando que quem tem cabelo pré-colorido só pode fazer relaxamento à base de tioglicolato. "o mais indicado, para evitar mudanças de tonalidade depois do relaxamento é voltar a colorir os fios depois do processo, porque o finalizador pode desbotar a tonalidade pela mudança de pH no processo".