Sair do salão insatisfeita com o resultado é um momento pelo qual toda mulher já passou um dia. Para reduzir as chances de isso acontecer, o segredo está naquela boa e velha conversa feita com o cabeleireiro antes de passar a tintura. Os coloristas Ítalo Cardoso e Julio Tavares descreveram em detalhes como precisa ser o diálogo entre cliente e profissional e tudo que tem que ser abordado para o resultado final ser satisfação garantida.
Leve referência: boas e ruins
O primeiro passo para conseguir a cor almejada é levar referências. Saia de casa munida com uma foto de alguém que tenha o mesmo tom esperado e, se possível, separe também o inverso: como o cabelo não deve ficar de jeito nenhum. Assim, os detalhes mais específicos, como aquele aspecto vibrante ou pálido demais, não ficarão esquecidos e o cabeleireiro saberá exatamente o ponto da tinta.
Para Ítalo, todo o bate papo pode ser perdido se não houver uma orientação visual: "Eu sempre peço que ela me mostre a cor que quer através de uma imagem porque o que para a cliente é um dourado para mim pode ser um acinzentado", diz o profissional, indicando que as imagens podem ser recortes de revista ou, para quem tem a ideia apenas na mente, a cartela de cores que todo salão tem: "se ela vem só com a cor em mente, eu abro a cartela e juntos chegamos em um consenso sobre qual seria aquele tom", diz.
Esteja aberta a adaptações e chegue a um consenso
Julio explica que outro segredo dessa conversa é a adaptação: "a referência que vem da atriz de TV pode não cair bem com o tom de pele ou mesmo com o fundo original do cabelo. Quando isso acontece, é preciso fazer adaptações antes de colorir e apresentar para a cliente o tom mais próximo daquele que ficará melhor com seu estilo", diz. Esse momento é importante porque o profissional vai saber passar para a cliente o que é possível fazer e dar expectativas reais em relação ao resultado.
Não tenha pressa: "é melhor prevenir do que remediar"
Esteja a referência no pensamento ou em uma página de revista, o ideal é chegar ao salão certa da cor escolhida e gastar um bom tempo na conversa com o colorista: "precisa ser um bom bate-papo. Depende de cada cliente, mas costumo gastar uns 30 minutos entre imagens e adaptações", revela Julio. Para Ítalo, esse processo precisa ser feito sem pressa para que o desencontro de informações não gere a insatisfação no final: "é melhor conversar bastante antes para não ser preciso ter dois trabalhos", conta.
Se for preciso "remediar", não fique tímida
Mesmo com todos esses cuidados existem alguns fatores na coloração que não dependem apenas de conseguir passar a cor desejada para o cabeleireiro. Principalmente em procedimentos delicados como descolorações ou aplicação de tinta por cima de madeixas já coloridas, alguma coisa pode sair errado e é preciso saber como lidar com a situação.
A primeira lição é não ficar com vergonha de dizer ao colorista que não gostou e achar que pode resolver sozinha em casa. Deixe o profissional saber o mais rápido possível e diga exatamente o que não agradou na coloração. Assim, vai ser mais fácil contornar o erro e agir apenas sobre o que está incomodando.