Uma das provas de que a tecnologia está cada vez mais presente na vida do homem, é a nova categoria de aplicativos de celular que ajudam a dormir melhor. É de conhecimento geral que é durante a noite que as células se renovam, descansam, organizam suas funções, reparam e reequilibram os danos sofridos durante o dia graças à exposição ao sol e poluição. Por isso, empresas especialistas em criação de apps para smartphones desenvolveram o Sleep Cycle - software pago mais vendido na Europa e na Ásia atualmente. Basta programar o despertador para a hora desejada e colocar o celular debaixo do travesseiro.
As primeiras etapas do sono são as responsáveis pelo descanso do corpo. Os músculos ficam relaxados, a pressão arterial baixa e a respiração é mais profunda e regular. O REM - estado de sonho que significa 'rapid eyes movement', em inglês - funciona como uma espécie de manutenção, na qual preserva-se memórias e libera-se hormônios que equilibram o corpo humano, fazendo com que aconteçam os sonhos. Ao longo de uma noite, uma pessoa saudável deve passar quatro a seis ciclos completos. Logo, a função do software é fazer o que um despertador normal não é capaz: reconhecer qual o momento certo de acordar o usuário, sem fazê-lo acordar mais cansado e esgotado do que o normal.
Monitoramento do sono a partir de movimentos
A novidade monitora os movimentos durante a noite a partir do acelerômetro - peça que 'sente' mudanças de posição no aparelho - e elabora um gráfico que acompanha os estágios de sono. Trinta minutos antes da hora programada no despertador para acordar, o software aguarda pelo momento em que o sono está mais leve, para então, o despertador tocar. Dessa forma, impede que a pessoa seja acordada durante um sonho, o que comprovadamente pode atrapalhar o funcionamento do indivíduo durante o dia. Conforme abordado nas instruções, é preciso deixar o smartphone na cama para que o aplicativo funcione. O Sleep Cycle custa 1 dólar na App Store.
De acordo com o professora de psiquiatria da Universidade da Califórnia Sara Mednick, autora de "Take a Nap! Change Your Life", "eles não resolvem problemas crônicos, mas ajudam a ter um sono mais restaurador".
Tempo médio de sono reduziu-se em uma hora
De acordo com informações da revista Galileu, Nos últimos 100 anos, o tempo médio de sono reduziu-se em uma hora. Nas grandes cidades, como São Paulo, onde a correria diária é constante, o processo é ainda mais acelerado. Os paulistanos hoje descansam 6h30 por dia. Há 4 décadas eram 7h30. O sono se tornou algo tão raro que 39% dos adultos americanos afirmam que trocariam sexo por uma boa noite de repouso. "O trabalho é um grande gerador de estresse. Os congestionamentos transformam a volta para casa em uma aventura e as metrópoles são barulhentas a qualquer hora da noite", disse Susan Redline, pesquisadora da Harvard Medical School. "Esses fatores, somados, podem inviabilizar uma boa noite de sono."
Matéria publicada em 09 de abril de 2021, por Webedia.