Aplicar filtro solar contra raios UV já se tornou parte da rotina das mulheres nas ocasiões em que a exposição solar é mais intensa, mas para o dia a dia, quando a maior parte do tempo será passada dentro de um escritório, o item acaba sendo esquecido. O que poucas sabem, no entanto, é que até mesmo ambientes fechados e com luz artificial podem oferecer riscos contra a pele, aumentando a propensão de doenças como câncer e aparecimento de rugas e manchas.
"Os efeitos danosos da luz solar sobre a pele humana não podem ser atribuídos somente a comprimentos de onda isolados. A interação entre diferentes faixas de comprimentos de onda, como a luz visível presente em ambientes fechados, radiação ultravioleta (UV) e infravermelho, apresenta papel importante no desenvolvimento desses efeitos", explicou a dermatologista Aline Vieira.
Radiações solares nocivas podem penetrar até mesmo ambientes fechados
Aquelas que trabalham durante muitas horas dentro de ambientes fechados, como escritórios, muitas vezes dispensam o uso do filtro solar por acreditarem que as radiações solares nocivas não serão capazes de penetrar o local. "O que acontece é que a intensidade da radiação ultravioleta é, sem dúvida, muito maior no ambiente externo, quando estamos expostos diretamente ao sol, mas a radiação solar também penetra através dos vidros das janelas, por exemplo", alertou a dermatologista Daniela Schmidt Pimentel, da Clínica Ephesus. Os ambientes cercados por janelas permitem que os raios UVA e UVB adentrem o local e aumentam a possibilidade de danos para a pele, como queimaduras, surgimento de marcas de expressão, flacidez facial e, em casos mais graves, câncer de pele.
A lógica para o uso de filtro solar em ambientes fechados é a mesma que durante os dias nublados do inverno. Por mais que a incidência solar seja menor que durante uma ida à praia ou piscina, por exemplo, os raios solares são capazes de penetrar a camada da pele e gerar problemas. Como o alcance é menor, no entanto, o fator de proteção (FPS) indicado para esse dia pode ser mais baixo do que durante a exposição mais intensa. "É importante usar um sempre um filtro solar com FPS 20-30 para todos fototipos, inclusive nas peles morenas e negras", explicou a dermatologista Mônica Linhares, diretora do Espaço Saúde Rio.
Luz artificial também incide raios UVA e UVB
Outra grande vilã no escritório ou até mesmo dentro da residência é a luz artificial. As lâmpadas fluorescentes ou as chamadas luz fria emitem uma luminosidade produzida artificialmente que é compatível com a luz natural diária e, por isso, também incidem raios UVA e UVB. A intensidade dos raios, no entanto, é menor do que quando a exposição acontece com luz natural. "A luz visível pode induzir à pigmentação alterada da pele. Estudos realizados para determinar mudanças de coloração na pele que ocorrem durante a irradiação, utilizando fonte de luz policromática que simulava o espectro solar, porém sem a região de comprimento de onda da radiação UV, verificou que a pigmentação ocorria mesmo sem a presença da radiação UV", alertou a especialista Aline Vieira.
Segundo o FDA (Food and Drug Administration) - órgão norte-americano que fiscaliza medicamentos e alimentos, passar oito horas expostos à luz artificial vai equivaler a 1 minuto e 20 segundos de exposição solar. Como os danos são cumulativos, ao final de um a radiação irá ser a mesma que ficar cerca de 5 horas e 48 minutos sob o sol (considerando uma pessoa que trabalhe de segunda a sexta). Desta forma, as consequências da exposição a lâmpadas flourescentes podem ser tão danosas quanto a solar, causando danos como rugas, flacidez, manchas e até mesmo doenças de pele.
Matéria publicada em 18 de Fevereiro de 2021, por Webedia.