Para as mulheres que estão na batalha contra o câncer de mama - e que são as protagonistas do "Outubro Rosa" - , a perda de cabelo é um ponto sensível. Consequência da quimioterapia, ela mexe com a autoestima da maioria delas; e, por isso, é tão importante que os amigos e familiares mostrem sempre que a beleza de cada uma vai muito além dos fios. Quando o tratamento chega ao fim, as madeixas voltam a crescer normalmente! No entanto, uma dúvida muito comum é se elas ficam como eram antes ou nascem com uma textura ou cor diferente. Confira a matéria para descobrir!
Por que o cabelo cai durante a quimioterapia?
Uma das consequências temidas na luta contra o câncer, a queda de cabelo é um efeito colateral da quimioterapia. Isso acontece porque os medicamentos quimioterápicos afetam, diretamente, as células que são responsáveis pelo crescimento dos fios. De acordo com a dermatologista Mariana Marteleto, cerca de 7 a 10 dias depois da primeira sessão, já é possível perceber a alteração nas madeixas: "pode ser observado afinamento dos pelos, fragmentação, mudança na cor e a própria queda", afirma.
Segundo ela, dependendo de como é feita a quimioterapia, a queda pode ser completa e até afetar outras áreas do corpo: "dependendo do medicamento usado, dose e tempo de tratamento, a perda dos fios pode afetar até mesmo o rosto, membros, regiões axilares e pubianas. Mas, na maioria dos casos, é reversível após a suspensão da medicação", explica.
Fios nascem diferentes porque os medicamentos quimioterápicos alteram sua estrutura
No geral, pouco mais de um mês depois do fim do tratamento, o cabelo volta a crescer novamente. Se acontecer do processo ser mais lento ou de aparecerem pequenas falhas no couro cabeludo, é importante consultar um dermatologista para verificar o que pode estar comprometendo o crescimento: "em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos tópicos ou suplementos orais. Além disso, é necessário saber, por exames laboratoriais, se há mudanças internas, como falta de vitaminas, ferro e alterações na tireoide", esclarece.
No entanto, uma consequência comum no período após a quimioterapia é a mudança na textura do cabelo. Sim, a informação de que as madeixas podem crescer diferentes depois do tratamento não é mito - e essa alteração é causada pelos próprios medicamentos quimioterápicos: "eles influenciam no ciclo metabólico dos fios, alterando a tonalidade e a textura", explica Mariana Marteleto. Por isso, é muito comum que uma mulher com cabelo naturalmente liso, por exemplo, passe a apresentar ondas e mais volume após o fim do tratamento.
Cabelo recupera sua textura normal com o passar do tempo
A boa notícia é que o quadro é reversível: "aos poucos, o cabelo volta ao seu crescimento e estado normal", revela a dermatologista. Mas, durante o período em que ele está diferente, vale investir em uma rotina de cuidados específicos - como o uso de shampoos neutros e umectação capilar para tratar o couro cabeludo ao mesmo tempo que estimula seu crescimento com uma massagem. Além disso, também é importante ficar esse tempo longe de qualquer tipo de química, e só começar a apostar em alguma quando tiver a liberação do médico.
Mas, seja com a textura totalmente diferente da natural ou ainda no período de queda capilar, a dermatologista aponta a dica mais importante de todas: "focar na processo do tratamento e cura e se preocupar menos com o aspecto estético", diz. E ainda completa: "caso seja uma questão importante para a mulher, sugiro também a procura por uma ajuda psicológica. Um bom apoio profissional e dos familiares auxilia muito neste momento delicado", finaliza.
Matéria publicada em 05 de março 2021, por Webedia.